terça-feira, 27 de setembro de 2011

Matouqin - Violino "cabeça de cavalo"




O violino “cabeça de cavalo” é um instrumento musical de cordas e muito apreciado pela etnia mongol.

Segundo registros históricos, ainda no início do século XIII, o instrumento “cabeça de cavalo” já era muito popular entre os mongóis da China e recebia o nome por ter uma cabeça de cavalo esculpida na extremidade do braço. Em função das diferenças regionais, as músicas do violino “cabeça de cavalo” variam muito do Leste para o Oeste da Mongólia Interior. O próprio instrumento varia também na forma, timbre, assim como os estilos de interpretação.

O instrumento possui duas cordas, uma composta por 40 fios de rabo de cavalo e a outra, por 60. A caixa ressonante dele tem forma de trapézio. A fricção entre o arco e as cordas permite ao matouqin emitir sons muito singulares que lhe conferem o título de "instrumento da pradaria".

Um violino em si bemol




























Na ruazinha do meu bairro
Quase em frente a minha casa,
As lembranças criavam asas
Quando um violino tocava,
Porque de manso embalava
Sonhos que não voltam mais,
Momentos angelicais,
Que minha alma guardava.

Era um remanso nas águas,
Mas eu viajava com elas,
Como um barco solto às velas
Com medo do sol se pôr.
Me postava ao criador
Porque da graça recebida
Era a suprema guarida
Do mundo de um sonhador.

As notas eram melancólicas,
Suaves, tristes, muito calmas,
Armonizavam minha alma
Num acalanto divino.
O vento assobiava fino
Em seu cantar de improviso,
Colocando o paraíso
Dentro daquele violino.

Me parecia um chamado,
Vindo talvez ... de outro mundo,
Que transformava os segundos ...
Em tempos de eternidade.
Aquela estranha ansiedade
Era meu próprio arrebol,
E o canto do rouxinol
Me traduzia ... “Saudade”.

O músico, era um moço,
De sorriso refinado,
Qual um nobre em seu reinado ...
Com traços vivos no olhar ...
Quando se põe a tocar
Em seu trono sobre rodas,
É como quem dita a moda ...
Fazendo o mundo cantar.

Bailam as folhas no vento
As borboletas festejam
Os grilos todos solfejam
A partitura de um hino.
E o moço do violino
Mareja o olhar celeste
Quando a brisa o reveste
Num sorriso de menino

Não nascera diferente
Foi guri igual aos outros,
Montava o lombo dos potros
Na euforia de vencer ...
Rodou ... e sem mesmo saber ...
Perdeu bem mais que a carreira.
Hoje na sua cadeira
Busca força pra viver.

Talvez não sirva de exemplo
Porque a vida é mesquinha,
E a dobra da sua espinha
Foi uma esperança rompida.
Mas deus é pai e age certo
E este era o seu destino,
Nas azas deste violino
Buscar razões para a vida.

“Só deus é um espírito puro”.
Os homens são imperfeitos ...
É torto o lado direito
Na fisga de um anzol ...
Mais lindo que o Por do sol
É um sentimento profundo ...
De paz ... fluido do mundo ...
“Num violino em SI Bemol”.

Pedro Darci de Oliveira

Como é tocado o violino




Numa orquestra há mais violinos do que qualquer outro instrumento. A seção de cordas da orquestra toca mais que as outras, e a maioria dos apreciadores de música declaram que conseguem ouvir durante muito mais tempo o som dos instrumentos de cordas do que outro qualquer. Por que isso acontece? Na verdade, o violino é um instrumento maravilhosamente versátil. Soa bem em conjunto, combina bem com outros instrumentos e pode ser tocado de diversas formas. Portanto, não é de surpreender o fato de que os compositores, executantes e ouvintes sejam atraídos por ele.
Usando o arco
Segurar o arco apropriadamente é muito importante para uma boa execução. A mão direita controla a pressão das crinas do arco nas cordas, o que afeta o timbre do instrumento. O violinista precisa também manter pulso relaxado. Algumas técnicas usadas ao se tocar violino
Pizzicato
Os violinistas nem sempre usam o arco quando tocam - de vez em quando beliscam as cordas, o que é chamado de "pizzicato" (pronuncia-se pitzi-cato). Raramente o pizzicato se estende pela melodia inteira, mas no balé Sylvia o compositor francês Delibes escreveu um movimento inteiro em que todos os instrumentos de corda deixam de lado seus arcos para tocar a famosa Polka-Pizzicato. Quando lêem na partitura a palavra "arco", os executantes interrompem o pizzicato e voltam a usar o arco.
Tocando com surdina
Fixando-se um grampo de madeira sobre o cavalete do violino, reduz-se a força das vibrações que alcançam a caixa de ressonância. Isso funciona com uma surdina, ou abafador de som. Violinos em surdina soam muito distantes e delicados. Os compositores usam os termos italianos "con sordini" (com surdina) e "senza sordini" (sem surdina).
Sul ponticello
Expressão italiana que significa "na pontezinha". Em partitura para violino, indica que o violinista deve passar o arco próximo ao cavalete, o que origina um som de timbre agudo, de arranhudura.
Col legno
O excitante começo de "Marte, o Mensageiro da Guerra", da suíte de Holst Os Planetas, apresenta as cordas soando com um curioso efeito estalado. É o que se chama col legno - "com a madeira". O arco é seguro de lado, de tal maneira que cada nota tocada a madeira do arco bata na corda.
Vibrato
Uma das importantes técnicas de instrumentos de cordas. O dedo da mão esquerda que prende a corda oscila levemente, causando uma flutuação no tom e enriquecendo o som. O vibrato é usado sobretudo em notas longas. Alguns violinistas preferem não usá-lo quando tocam músicas muito antigas.
Corda dupla
"Corda dupla" significa tocar duas notas de uma só vez. Alguns compositores pedem acordes de três e até quatro notas, mas no violino não é possível tocar simultaneamente mais do que duas notas.
Harmônicos
São notas suaves, semelhantes às da flauta, produzidas pelo toque muito leve sobre a corda (sem pressionar a nota) e a delicada passagem do arco. São usadas com mais freqüência na música moderna.
Glissando
A palavra indica ao executante que deve escorregar o dedo sobre a corda, de uma nota a outra (o que permite que todos os sons interpostos sejam ouvidos). Os glissandos aparecem quase exclusivamente nas músicas do século XX.

História do violino





















O violino descende de antigos instrumentos orientais - o Nefer egípcio, o Ravanastron da India, o Rebab árabe, o R'Jenn Sien dos chineses e mesmo da antiga Lira dos gregos. Por volta do século X surgiram as primitivas violas: primeiro a Viéle de rota utilizada pelos peregrinos em Savoia; depois, progressivamente, a família das Violas que foram atravessando a Idade Média e a Renascença dando origem às Viole "da braccio" e as "da gamba", conforme eram seguradas entre os braços e ombros ou entre os joelhos respectivamente. Mais tarde esses instrumentos foram adaptados às diversas necessidades de expressão e acústica, levando os fabricantes e os compositores a pesquisarem novas formas e modalidades de instrumentos. A partir da renascença, até o Século XVIII, a genialidade dos "luthiers"(fabricantes de alaúdes - luth - e por extensão aos demais instrumentos de corda) esteve intimamente associada à genialidade dos maiores compositores de suas épocas e às descobertas técnicas dos instrumentista na criação do violino, hoje considerado O Rei dos Instrumentos. A Viola d'Amore, por exemplo, foi utilizada por J.S.Bach na Paixão Segundo S. Mateus e o próprio Bach inventou a Viola Pomposa com 5 cordas para a qual compôs uma das 6 suites hoje executada no violoncelo. Gaspar Duiffopruggar, da Bavária, é considerado o primeiro fabricante de violinos, por volta de 1500, de acordo com a atual concepção que temos do instrumento. Em seguida surgiu, na Itália a Escola de Brescia, fundada por Girolamo Virchi(1548) e Pellegrino da Montichiari(1560). Ao mesmo tempo a construção de instrumentos de arco ia se transferindo para outra cidade italiana, Cremona, com a família Amati(1545), culminando no gênio de Antonio Stradivari("Stradivarius" em latim) que viveu da última metade do Século XVII até os primeiros 40 anos do Século XVIII. Stradivarius e Guarnierius (Guarnieri del Gesú) legaram ao mundo os violinos mais perfeitos, tanto do ponto de vista acústico quanto no que se refere à beleza plástica. (formas, vernizes, decoração, etc.)

sábado, 24 de setembro de 2011

Ao som de um violino

























A Imaginação rodopiava alegremente

Ao som de um violino

Que chorava melodias de amor

Ao cair da noite.

A atmosfera romântica

Traduzia os sentimentos

Que esvoaçavam pelo ar

Feito folhas levadas pelo vento.

E ela sentia-se inebriante

Com a felicidade que a envolvia

Como um manto

E deixava-se acalentar docemente

Ouvindo aquele som

Que a elevava transbordante.

E o pensamento esvoaçante

A conduzia por terras distantes

Onde o amor fizera o seu ninho

E a conduzia, hesitante.

Tinha medo de acordar

E naquele instante

Não mais lembrar

Desse momento de euforia

Que amava tanto.

O som se extinguia lentamente,

Chorava a melodia

Que não queria se desfazer da noite

Que se prolongava...fria.



Débora Benvenuti