domingo, 24 de fevereiro de 2013
Em violino fado
Ponho as mãos no teu corpo musical
Onde esperam os sons adormecidos.
Em silêncio começo, que pressente
A brusca irrupção do tom real.
E quando a alma ascendendo canta
Ao percorrer a escala dos sentidos,
Não mente a alma nem o corpo mente.
Não é por culpa nossa se a garganta
Enrouquece e se cala de repente
Em cruas dissonâncias, em rangidos
Exasperantes de acorde errado.
Se no silêncio em que a canção esmorece
Outro tom se insinua, recordado,
Não tarda que se extinga, emudece:
Não se consente em violino fado.
José Saramago
O Violino
Surgiam notas finas e estridentes
Que pareciam juras de eterno amor
Em meio à tristeza e à ternura.
Quando o sol brilhar pela manhã,
A música ninguém saberá
Senão aqueles que juram amor
Ao sonido estridente e choroso,
Exprimido pelas cordas do violino,
Ao ser acariciado pelas mãos hábeis
Do músico que ousa retirar
Uma sonata e juras de amor
Das cordas de tão sonoro instrumento,
Quando este se põe a chorar.
Michael Jullier Gama Alves
Violino
O violino faz vibrar
Suave som para entoar
E resvala a poesia
Em forma da melodia.
Meu grande instrumental
Dentro do castelo imortal
Aqui dentro comigo
Nesse sentimento contido.
Violino minha alma
Que me deixa calma
Às vezes o esqueço num canto
Olho você ali me esperando.
Eu encosto ao meu ombro
E saio acariciando-o
Nasce a sinfonia
Violino minha companhia...
Anna Lucia Tavares
O violino e o Violinista
O violino exala: o som, as notas
O violinista sola: sozinho no centro
O violino e o violinista não nasceram um para o outro
Nasceram, sim, um do outro.
Pego na minha caneta e ligeiro rabisco
Uma poesia para ambos.
Não é certo que saberei as palavras,
Assim como o músico sabe as notas.
Procuro alguns vocábulos no pensamento
Vou o mais longe e trago de lá os que preciso.
Ah! Se Eu fosse aquele violinista
Ah! Se Eu soubesse todas as palavras
Ah! Se a melodia das letras surgisse para mim
Na hora em que decido escrever meus poemas.
O violino se cala: sem som, sem notas
O violinista não sola: apenas ouve os aplausos.
E termino o elogio feito aos DOIS que são UM.
Penélope SS
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