domingo, 13 de abril de 2014
Violinos
Pelas bizarras, góticas janelas
De um tempo medieval o sol ondula:
Nunca os vitrais viram visões mais belas
Quando, no ocaso, o sol os doura e oscula...
Doces, multicores aquarelas
Sobre um saudoso céu que além se azula...
Calma, serena, divinal, entre eras,
A pomba ideal dos Ângelus arrula...
Rezam de joelhos anjos de mãos postas
Através dos vitrais, e nas encostas
Dos montes sobe a claridade ondeando...
É a lua de Deus, que as curves meigas
Foi ondular pelos vergéis e veigas
Magnólias e lírios desfolhando...
Cruz e Souza
domingo, 24 de fevereiro de 2013
Em violino fado
Ponho as mãos no teu corpo musical
Onde esperam os sons adormecidos.
Em silêncio começo, que pressente
A brusca irrupção do tom real.
E quando a alma ascendendo canta
Ao percorrer a escala dos sentidos,
Não mente a alma nem o corpo mente.
Não é por culpa nossa se a garganta
Enrouquece e se cala de repente
Em cruas dissonâncias, em rangidos
Exasperantes de acorde errado.
Se no silêncio em que a canção esmorece
Outro tom se insinua, recordado,
Não tarda que se extinga, emudece:
Não se consente em violino fado.
José Saramago
O Violino
Surgiam notas finas e estridentes
Que pareciam juras de eterno amor
Em meio à tristeza e à ternura.
Quando o sol brilhar pela manhã,
A música ninguém saberá
Senão aqueles que juram amor
Ao sonido estridente e choroso,
Exprimido pelas cordas do violino,
Ao ser acariciado pelas mãos hábeis
Do músico que ousa retirar
Uma sonata e juras de amor
Das cordas de tão sonoro instrumento,
Quando este se põe a chorar.
Michael Jullier Gama Alves
Violino
O violino faz vibrar
Suave som para entoar
E resvala a poesia
Em forma da melodia.
Meu grande instrumental
Dentro do castelo imortal
Aqui dentro comigo
Nesse sentimento contido.
Violino minha alma
Que me deixa calma
Às vezes o esqueço num canto
Olho você ali me esperando.
Eu encosto ao meu ombro
E saio acariciando-o
Nasce a sinfonia
Violino minha companhia...
Anna Lucia Tavares
O violino e o Violinista
O violino exala: o som, as notas
O violinista sola: sozinho no centro
O violino e o violinista não nasceram um para o outro
Nasceram, sim, um do outro.
Pego na minha caneta e ligeiro rabisco
Uma poesia para ambos.
Não é certo que saberei as palavras,
Assim como o músico sabe as notas.
Procuro alguns vocábulos no pensamento
Vou o mais longe e trago de lá os que preciso.
Ah! Se Eu fosse aquele violinista
Ah! Se Eu soubesse todas as palavras
Ah! Se a melodia das letras surgisse para mim
Na hora em que decido escrever meus poemas.
O violino se cala: sem som, sem notas
O violinista não sola: apenas ouve os aplausos.
E termino o elogio feito aos DOIS que são UM.
Penélope SS
sexta-feira, 25 de janeiro de 2013
Ao som dos violinos
Chora violino intransigente
o arco te acarinha os tendões
as cordas de minhas emoções
tocam contigo, indulgentes
Toca lá, meu arguto amigo,
solta tua voz tão afinada
vai buscar-me a doce amada
trazei-mo-la nas notas contigo
Afastai-me do peito a agonia
da saudade que me dilacera
fazei-me real esta utopia
Afastai de mim atroz quimera
que devora-me noite após dia
esta ânsia que em mim se encerra.
Jorge Linhaça
Gemido de Violino
Uma lágrima se solta ... sem ventos, sem
brisas ... se volatiliza num gemido de violino!
Dormes. Por dentro da luz ténue de silêncios
finos, silenciados na concha tumular que cobre
todas as pedras desalinhadas da calçada.
Hoje caminho na Avenida. Piso a passos precisos
os trilhos por onde tantas vezes viajaste
sózinho dentro de mim. E sozinho em ti,
perdido num labirinto. A nebulosa esmaecida
teima em perpetuar-se à minha frente.
Persistente, a lágrima cristalizada se solta,
rola extemporânea. Avança, morde e beija a boca.
Tem o sabor salgado da Saudade e, contudo,
liberta, traz-me de regresso à realidade.
Refulgentes, os raios iluminados da manhã,
traçam nos paralelepípedos novos desenhos
constelados. Das ruas pardacentas,
aos poucos, a espasmos, a Primavera brota.
Estrangula o vazio e a melancolia nostálgica.
Emerge em sons. Eternas sintonias Genésicas.
Na igreja em frente, toca o sino.
As ruas recobrem-se, serenas, com as cores
brancas do Seu manto Divino.
( Desconheço o autor)
domingo, 23 de dezembro de 2012
Feliz Natal!
Que esse Natal não seja feito apenas de cores e comidas, luzes, prazeres e bebidas. Que haja partilha e esperança.
Que em nenhuma mesa falte pão, e em todos corações reine o amor.
domingo, 16 de setembro de 2012
segunda-feira, 23 de julho de 2012
sábado, 30 de junho de 2012
Piadinha
Um famoso violinista, depois de um concerto, dava autógrafos aos fãs. Uma hora parou:
- Este papel é muito pequeno. O que você quer que eu escreva aqui?
Outro violinista estava passando por perto e comentou:
- Que tal seu repertório?
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